Política: o jogo de xadrez vai começar!
Após definidas questões relativas à formação de uma equipe, à
captação de recursos, às relações com o partido, à instalação de uma sede, às
discussões sobre a nominata de vereadores, às discussões sobre a temática da
campanha, possíveis secretários; assuntos mais pertinentes à organização da
campanha do que as relações políticas externas. É preciso dar início ao jogo.
É necessário tomar conhecimento do que
está pensando o eleitor sobre os candidatos, sobre os problemas que querem
resolver, sobre sua avaliação do momento, sobre os seus sentimentos e opiniões
a respeito de matérias importantes e que estejam em evidência na comunidade. O
político deve saber "ouvir". Ponha seus
auxiliares e voluntários a ouvir a população. Sua campanha deve entrar em "modo de escuta"; mas atenção! Não adianta ouvir só
os que já o apoiam. Eles não lhe darão informações novas e sim suas opiniões!
Eles devem escutar pessoas com as quais não convivem, principalmente sob a
forma de conversas informais.
Você também deve conversar com cabos
eleitorais, com técnicos do partido, com outros políticos, com profissionais
formadores de opinião, com a imprensa... mas muita atenção para não se
confundir; o resultado desta operação de escuta não é uma pesquisa, é uma
sondagem, um levantamento, que apesar de não possuir a precisão estatística da
pesquisa, dará condições de perceber a realidade política que você deverá
enfrentar na campanha.
Por pesquisa
ou por sondagens você ficará sabendo mais, terá acesso a
informações que não conseguiria, ouvindo apenas seus auxiliares, e apoiadores.
Você deve desenvolver o hábito de montar uma imagem dos adversários. Dar
atenção às informações que possam vir a ser úteis. Você deverá ter cuidado com
as informações "não confirmadas", isto é, aquele "ouvi
dizer". Na maioria das vezes estas informações são incorretas,
inexatas e até inverídicas, onde você pode até perder um eleitor por ir atrás
de conversas de outros que possuem até intenção de prejudicar alguém, por
interesse próprio. Mas há também ocasiões em que a diversidade das fontes, a
compatibilidade entre o que se alega ter sido dito e o comportamento podem
reforçar a credibilidade da declaração de um eleitor e assim o político vai lá
e o conquista. Dê atenção a famílias sérias e descubra suas angústias e
desejos. Fique de olho no favorecimento financeiro que muitos podem oferecer a
eleitores humildes; identifique também aqueles eleitores inviáveis... isto
mesmo, aqueles que todo dia pedem, estes querem um pai, não um representante
político!
Estudar o adversário vai além de conhecê-lo... é saber o que ele está
pensando e falando de você, da eleição, das prioridades da população; quais as
pessoas que o influenciam e que o cercam. O candidato deve estar ciente de como
ele é visto pela imprensa, pelos empresários, pelos sindicatos, pelo
funcionalismo, pelos jovens, pelos agricultores, pelos desempregados... Cada
nova eleição propõe desafios que exigem mudanças. Assim como você se propõe
mudanças, seus adversários também se propõem. Eles estão sujeitos, tanto quanto
você, à dinâmica da política, na valorização de “gente nova”, aos sentimentos
do eleitor, e a vontade e necessidade de ganhar a eleição.
Ninguém é melhor do que o outro em tudo, inclusive em relação aos pontos
fortes, nos quais você não se sai tão bem como eles, você deverá investir em se
preparar melhor, corrigir-se, mudar, de forma a conseguir equilibrar a disputa.
É certo que adversários tentam trazer o combate eleitoral para as questões em
que é mais forte. Você, de sua parte, estará tentando o mesmo. Preparem-se o
melhor que puder para a pior situação: aquela em que a campanha venha a girar
sobre um ponto forte do adversário ou seu ponto fraco.
Não basta lançar a candidatura e esperar prá ver no que dá, ou correr
sem foco; descubra o estado de
espírito do eleitor e estude
seu adversário, não vá atrás de conversas infundadas, pois pode ser
artimanha. Respeitar e valorizar opiniões de pessoas sérias, podem te dar mais
votos do que ser ludibriado pela morbidez de interesseiros.
Bom meus amigos, não se esqueçam que não é uma guerra, a disputa
existirá, o hoje nem sempre será igual o amanhã; que a DEMOCRACIA seja
exercitada, muitos eleitores apóiam todo mundo, outros não se manifestam,
outros trabalham quietos em prol de suas ideologias, outros são cabos
eleitorais... mas todos votam! O jogo de xadrez tem muitas jogadas. Parabéns a
você que colocou o nome à disposição do povo! Boa sorte a todos; e que as palavras
desse humilde colunista, lhes ajude a se aproximar o máximo possível do eleitor!