DOR FÍSICA X DOR EMOCIONAL
Nos últimos dias perdi alguns amigos, que partiram desta para outra, como se diz... um deles, um senhor de 84 anos, sim um ancião amigo de um jovem, um vizinho que teve um história de vida com a imagem de ser uma pessoa meio ranzinza, que era de difícil convivência, mas aos poucos fui estudando o emocional daquele senhor, ao ponto de sempre me dizer que eu era como um filho que não puderá ter. Nessa fase terminal da vida comecei a refletir sobre como essas pessoas sofrem fisicamente e também emocionalmente. Tinha tal confiança em mim, porém desconfiava do resto do mundo! Um dia me disse em tom de arrependimento: “as pessoas não entendem pessoas velhas; não deveriam se ofender com meu jeito, acho que fui mal batizado, mais Deus entende que me arrependo de algumas gauchadas”. E terminando seu desabafo emocional, o físico lhe impedia de continuar com falta de ar.
Nos últimos dias perdi alguns amigos, que partiram desta para outra, como se diz... um deles, um senhor de 84 anos, sim um ancião amigo de um jovem, um vizinho que teve um história de vida com a imagem de ser uma pessoa meio ranzinza, que era de difícil convivência, mas aos poucos fui estudando o emocional daquele senhor, ao ponto de sempre me dizer que eu era como um filho que não puderá ter. Nessa fase terminal da vida comecei a refletir sobre como essas pessoas sofrem fisicamente e também emocionalmente. Tinha tal confiança em mim, porém desconfiava do resto do mundo! Um dia me disse em tom de arrependimento: “as pessoas não entendem pessoas velhas; não deveriam se ofender com meu jeito, acho que fui mal batizado, mais Deus entende que me arrependo de algumas gauchadas”. E terminando seu desabafo emocional, o físico lhe impedia de continuar com falta de ar.
Digo a vocês, o maior medo do ser
humano, depois do medo da morte, é o medo da dor. Dor física: um corte, uma distensão,
uma fratura, uma cárie. Dor que só cessa com analgésico, no caso de ser uma dor
comum, ou com morfina, quando é uma dor insuportável. Mas é a dor emocional a
mais temível, porque essa não tem medicamento que dê jeito.
Faço uma pergunta: o que é mais
dolorido, ter o braço quebrado ou o coração? Uma pessoa que foi rejeitada pelo
seu amor sofre menos ou mais do que quem levou 20 pontos no supercílio? Dores
absolutamente diferentes. Eu acho que dói mais a dor emocional, aquela que
sangra por dentro. Qualquer mãe preferiria ter úlcera para o resto da vida do
que conviver com o vazio causado pela morte de um filho.
As estatísticas não mentem: é mais
fácil ser atingido por uma depressão do que por uma bala perdida. Antidepressivos
funcionam, mas não com a rapidez de uma injeção, não com a eficiência de uma
cirurgia. Certas feridas não ficam à mostra. Acabar com a dor da baixa-estima é
bem mais demorado do que acabar com uma dor localizada.
Parece absurdo que alguém possa sofrer num
dia de céu azul, na beira do mar, numa festa, num bar, rodeado de amigos, com
dinheiro... parece exagero dizer que alguém que leve uma pancada na cabeça
sofrerá menos do que alguém que for demitido. Onde está o hematoma causado pelo
desemprego, onde está a cicatriz da fome, onde está o gesso imobilizando a dor
de um preconceito? Custamos a respeitar as dores invisíveis, para as quais não
existem prontos-socorros. Não adianta assoprar que não passa.
Tenho um respeito tremendo por quem sofre em silêncio, principalmente pelos que sofrem por solidão. Um casal idoso sem filhos ou longe deles; quando perde a companhia de quem ama pode sofrer com uma terrível dor emocional e logo se “entregar” também fisicamente, porque os outros não enxergam remédio, e por isso tendem a menosprezar esse martírio.
Tenho um respeito tremendo por quem sofre em silêncio, principalmente pelos que sofrem por solidão. Um casal idoso sem filhos ou longe deles; quando perde a companhia de quem ama pode sofrer com uma terrível dor emocional e logo se “entregar” também fisicamente, porque os outros não enxergam remédio, e por isso tendem a menosprezar esse martírio.
Amigos, tentem entender a dor emocional
dos outros, isso nos distingue de animais, a dor física é passível de remédio e
se nota visualmente a melhoria, já o emocional é abstrato, é íntimo, nem sempre
compreensivo.
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