“E se soubéssemos o dia da nossa morte?”
Essa semana nossa comunidade foi pega de surpresa, com a morte repentina
de um grande amigo: Mauro Sérgio Mainardi; um funcionário público que lutava
pela classe, uma pessoa de semblante calmo, inteligente, mas de opinião forte;
tinha virtudes que serão lembradas por todos, por vezes em vida passam
despercebidas. Fui professor do Maurício... que pai de verdade era ele!
Toda a comunidade começou a refletir, pelo menos naquele dia, do quanto
nossa vida é frágil, que essa passagem terrena pode ser curta para alguns, e
que a vida deve ser vivida da melhor forma possível, não sabemos quando “partiremos dessa”!
A morte parece não ser para nós. Temos a impressão de que ela só chega
para os outros e uns tem medo, outros respeitam, outros fogem e outros aceitam
como o nosso único destino que já sabemos desde que nascemos. Com certeza, se
soubéssemos a hora do fim, o mundo não seria como é.
Pode ser que o tempo que ficamos por aqui sirva de lição para muita
coisa, pode ser que não sirva para nada. Vivemos intensamente, mas não morremos
com a mesma coragem. Temos a bravura de levantarmos cedo, sair de casa e
enfrentar a vida, mas não exercitamos jamais o enfrentamento da morte. Não
gostaríamos de ficar por aqui por muito tempo, já que por aqui aprendemos todos
os dias e aprender cansa e desgasta. Nem nós sabemos o que queremos de verdade,
nem muito a vida, nem muito a morte.
Uma palavra mal colocada, um pensamento mal elaborado, julgamentos
precipitados, pessoas e mais pessoas que cruzam as nossas vidas. Muita gente
vai passar por nós e fará a diferença, ensinará coisas, nos servirão de
referência e serão grandes amigos. Outras tantas irão passar pela gente para
nos ensinar o perdão, o poder da desculpa, servirão para nos mostrar que somos
capazes de aguentar as mais inesperadas decepções, nos ensinarão sobre a
falsidade também terão grande valor nessa passagem. Mudar, evoluir e melhorar
podem ser sinônimos no papel, mas na prática não é bem assim. Por vezes essas
palavras não se encontram e há os que conseguiriam regredir, talvez algumas
pessoas se tornariam mais rancorosas e exerceriam a maldade a qualquer custo.
Por outro lado, talvez fosse um último recurso para que existisse mais
perdão, mais tolerância; as pessoas iriam buscar reconciliação em vida, iriam
ignorar futilidades, não iam deixar para ficarem se lamentando depois que o
outro morresse.
Bem amigos, é um assunto delicado, mas quem sabe seja a hora de
mudarmos, mesmo sem saber o dia ou a hora que iremos "dessa para uma
melhor", vamos elogiar mais, sorrir mais e deixar boas lembranças, essas
sim valem a pena. Os amigos vão e nossa hora, Deus que sabe!
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