segunda-feira, fevereiro 16, 2015

                                    O Pensador

“Quando falares cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio.”
(provérbio indiano)

Escultura " O pensador", do escultor francês Auguste Rodin 
     O pensador é a principal obra do escultor francês Auguste Rodin. A obra original em bronze, foi criada em tamanho reduzido em 1880, mas em 1904 Rodin decidiu ampliá-la para 1,80 m. A intenção inicial era representar Dante em frente dos portões do inferno. Posteriormente. Rodin autorizou a produção de vinte réplicas da escultura.

     O rigor técnico e a monumentalidade da obra são notáveis. Tecnicamente exprime a admiração que Rodin nutria por Miguel Ângelo. O próprio nu é entendido como um elemento de influência daquele gênio do Renascimento.

     Numa breve reflexão sobre o significado desta obra, é impossível escapar à pergunta em que pensar o pensador?. Aquela imagem de meditação profunda, aquela atitude de introspecção meditativa não apela, a meu ver, para o simples ato de raciocínio.

      Talvez ele pense na natureza dos próprios pensamentos. Porque pensar é também um ato que advém da alma e não apenas da inteligência. Na verdade, pensar é muito mais que raciocinar. O cérebro pode escravizar e alienar o ser humano, tanto quando a sua dimensão física.

        Aquele que pensa eleva-se a um patamar muito acima do mundo físico e mesmo intelectual. O pensador de Rodin está no extremo oposto ao homem físico, ao homem - músculo, primitivo r banal que vive no mundo vegetal da força bruta. No entanto, o pensador eleva-se, ainda, acima do homem que pondera e calcula.

       Ele entrou no domínio da alma, o maior dos universos. Para lá do físico, para lá do celebro está a alma, o espírito, a dimensão maior do Humano. O pensador de Rodin pensa e sente, talvez chore e ria, talvez o faça apenas dirigindo-se ao próprio interior. Porque a nudez do corpo nada diz sobre a imensidão do seu íntimo. A nudez exprime a dimensão estética, a reflexão explora toda a dimensão da alma.

        Talvez hoje, mais de um século passado sobre a obra de Rodin, seja necessário pensar um pouco mais na inutilidade da dimensão física e na escravidão do raciocínio. Talvez o convite deste pensador seja o retorno ao universo imenso e encantador da alma, onde a poesia e a arte preenche o espírito, onde o sentido da vida se resume ao verdadeiro sentir, ao  mundo encantado mas profundamente humano das emoções e dos sentimentos, ao universo infinito onde se encontra a alegria, o amor e a felicidade. 

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